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Este capítulo explicará a origem e os princípios do Materialismo Histórico, desenvolvido por Karl Marx e Friedrich Engels. Discutiremos como esta teoria explica a organização e o comportamento da sociedade industrial moderna.
O materialismo histórico foi desenvolvido por Karl Marx e Friedrich Engels como uma teoria para explicar a organização e o comportamento da sociedade industrial.
Para muitos sociólogos e historiadores, Karl Marx foi erroneamente interpretado por críticos que de fato nunca leram suas obras, presunçosamente associaram-no às ideias de socialismo e comunismo, sendo estas partes interpretativas de todas as suas obras. As teorias marxistas apresentam uma visão ampla sobre o comportamento e a organização das classes sociais, e classifica-lo como teoria de meros regimes políticos é empobrecer toda a sua contribuição para o desenvolvimento das ciências sociais do mundo, é simplesmente ter uma visão preconcebida e leiga do assunto, lembrando que todo estudante de sociologia, história ou política, não deve apegar-se somente a visão de um único autor, mas sempre estudar as múltiplas visões de muitos outros autores e teóricos que surgiram ao longo da história, construindo assim seu conhecimento histórico e cientifico sobre o tema.
A concepção de Karl Marx sobre a sociedade está baseada na ideia de materialismo histórico, no qual ele propõe uma visão sobre o âmbito econômico e político, seus meios de produções e em como ela se comporta. O materialismo histórico está baseado nas relações sociais salientadas ao longo da história da humanidade, isto a partir de um aspecto material daquilo que é necessário para subsistência, o acúmulo e a satisfação das necessidades pessoais.
Marx criou a ideia do determinismo econômico a partir da perspectiva que abrange as relações sociais como os princípios fundamentais de produção, ou seja, a forma como a sociedade se comparta está baseado em seu sistema econômico, sendo ela mesma caracterizada por duas estruturas que são a infraestrutura e a superestrutura.
Partindo do pressuposto do determinismo econômico, segundo o pensamento marxista, a infraestrutura é responsável pelo campo ideológico(ideias e organizativo) junto com a maneira sobre como a sociedade pensa e se comporta culturalmente, o estado, a religião, a moral e os costumes estão todos ligados a infraestrutura de uma sociedade, por exemplo, a estrutura capitalista está baseada no acumulo, no trabalho individual que resulta no enriquecimento ou não do indivíduo, este pressuposto se põe a ideia da meritocracia, esta estrutura econômica gera a ideologia de um país. Para Marx o trabalho é a interação do homem com a natureza com o objetivo de transforma-la em bens necessários à sua sobrevivência, sendo que todo trabalho parte da idealização que resulte num produto.
Segundo Marx os valores obtidos pelo produto resultante do trabalho se resumem em “valor de uso” e “valor de troca”. O “valor de uso” tem a ver com as utilidades e satisfação das necessidades humanas, já o “valor de troca” é a produção, reprodução e a valorização do capital frente ao mercado, ambas conjuntam a força de trabalho e a alienação que resulta na desigualdade social. Essa relação se resume entre os dominantes ou controladores dos meios de produção, e os alienados ou os responsáveis pela produção e força do trabalho, na troca de serviço ou mão de obra pelo pagamento de uma parte do valor adquirido pela produção para trabalhador, isto seria uma forma de alienação.
Na teoria marxista a “mais valia” é a diferença entre a parte do valor produzido pelo trabalhador, sendo o restante apropriado pelo capitalista, este restante é o lucro como uma forma de rendimento, ou seja, quanto menos é pago ao trabalhador, maior o valor do lucro, que se torna maior a medida em que a mão de obra seja barata, se é pago um valor maior aos empregados ou lucro será menor.
O antagonismo existente entre as lutas de classes e a ideia de “lucro” referente a valorização de trabalho, ou seja, se os senhores pagam menos pela “força de trabalho” o lucro é maior, se pagam mais o lucro é menor, sendo o embate desse antagonismo o gerador de toda luta de classes da história político-econômica em geral, que sempre se conceitua nos conflitos de classes entre a burguesia e proletariado pela decorrência da valorização do trabalho.
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